




No dia seguinte fizémos o check out provisório do hotel e seguimos para o aeroporto para apanhar o avião com destino a Aswan, onde um muito peculiar guia nos recebeu. Era demasiado extremoso e chegava a ponto de com todo o seu orgulho de raça núbia, enaltecer mais a história de seu povo vitimado discriminadamente pós-construção da Barragem(uma das três maiores do Mundo) do que a própria História. Esta foi o primeiro local onde fomos conduzidos por Ahmed, que se auto-intitulava "Denzel"(Washington) para os amigos, especialmente turistas! Abusava um pouco quando se lhe dava demasiada confiança e de vez em quando precisou de umas "rédias" mas acabámos por nos dar bastante bem, especialmente a partir do momento em que dissémos que nos podia tratar por "Brad" e "Angelina".
Antes de mais, levou-nos directamente a visitar a Grande Barragem de Aswan, com uma linda e paisagística vista para o Lago Nasser que mais parecia um mar dentro de terra tal a sua imensidão, explicando o porquê e como teve com esta obra grandiosa de mover os templos de Abu Simbel e de Philae, para salvaguardá-los das águas do Nilo, mantendo todo o seu esplendor. Seguiu-se uma visita ao Obelisco Inacabado, mandado edificar pela Rainha Hatchepsuit(o maior jamais encomendado) mas que não chegu a ser finalizado pois seria impossível transportá-lo no Nilo. Seguimos para o M/S Nile Dolphin, cruzeiro de 5* com que ficámos maravilhados desde o ínicio e cada vez mais no decorrer do mesmo, pois era um autêntico hotel de luxo flutuante! Depois de um almoço extraordinário fomos com o Ahmed dar um passeio de "Felouka" nas calmas águas do Nilo, tendo passado pelo Jardim
Botânico, onde flores, plantas e árvores exóticas cresciam à nossa volta e davam uma sensação de calmia e relaxamento, numa pequena ilha maravilhosa perto de Elefantina no meio do rio, Kitchen's Island. À noite aventurámo-nos no Mercado de Aswan,cheio de luz, cores e tendas onde tudo se vendia... mas nunca sem primeiro regatear bastante, pois também por costume um bom negócio é sempre discutido até satisfação de ambas as partes, até porque o preço inicial é exorbitante e não corresponde ao real valor.


No outro dia, acordámos já atracados no porto de Luxor e seguimos para o Vale dos Reis, última morada de grandes Faraós, onde visitámos três túmulos e muitos dos turistas, eu entre eles não resistiram a entrar no famoso túmulo de Tut-Anck-Amon, descoberto em 1922 pelo explorador Howard Carter completamente intacto e único que escapou à ganância dos assaltantes, deixando à Humanidade todo o seu espólio e riquezas que ajudaram a compreender muitas coisas a nível do processo necrológico na Antiguidade. á dentro observei o sarcófago em ouro
maciço, que envolvia a múmia do Faraó, que era protegida por dois sarcófagos maiores(estes no Museu Egípcio no Cairo) adornados de cores luxuosas e ouro. Foi uma experiência maravilhosa! Seguidamente dirigimo-nos a Deir El-Bahari no Vale das Rainhas,para contemplar o fabuloso Templo de Hatchepsuit, Rainha que ascendeu ao poder como co-regente por o seu irmão, sucessor do trono, ser demasiado novo. Entretanto casaram para assegurar o trono do Egipto e a Grande Rainha veio a reinar sobre estas terras por 20 anos, tendo conseguido manter a harmonia e
alcançando um crescimento económico bastante satisfatório e a manutenção da paz no território. Ofereceu este templo ao povo como prova de promesa de um bom reinado. No regresso ao barco, visitámos os Colossos de Memnon e ainda parámos para ver o Ramsseum, que como o nome indica foi edificado pelo grande Faraó Ramsés II, que reinou no Egipto mais tempo que qualquer outro, desde os 20 aos 87 anos de idade. À tarde aproveitámos o tempo livre para dar um passeio pelos outros navios e descansámos um poco pois à noite haveria danças Egípcias no "Lounge Bar" que fomos assistir curiosos e acabámos por ser nós a fazer a maior festa, já que dançámos sem parar.
Os Templos de Karnak e Luxor ficaram guardados para o último dia no cruzeiro. Karnak era a sagrada capital espiritual do Antigo Egipto, com o seu portentoso e magnífico Templo de Amon, onde outrora sacrifícios eram feitos pelos Sacerdotes e oferendas eram dadas pelos Reis em honra do Deus maior do Egipto. A entrada pela fabulosa Avenida das Esfinges, que atravessa todo o complexo ligando-o ao Templo de Luxor numa distância de quase 3Km, passava por estátuas colossais e obeliscos enormes à entrada do templo, um pátio de 134 colunas gigantes que iam acabar no Santuário do mesmo, onde as cerimónias religiosas tomavam o seu curso. Imaginei-me neste mítico lugar há milhares de anos atrás extasiado com o magnânimo local que havia sido construído por Amenófis III e onde Ramsés II deixou a sua marca. O Templo de Luxor no outro extremo da Avenida, não lhe ficava atrás em magnitude, beleza e ambos os lugares contavam por si a história da crença de todo um povo. Almoçámos num pequeno restaurante tíco Egípcio em Luxor e depois, debaixo duma chuvada(muito agradecida pelos locais) fizémos o circuito da cidade numa charrete a cavalo, o que não deixou de ser caricato... mas engraçado!
E eis que de repente, já nos encontrávamos no Cairo novamente no Mövenpick, mas desta vez(talvez porque gostaram de nós) instalaram-nos numa suite fantástica, que até apetecia lá estar depois de termos aterrado vindos de Luxor. No dia seguinte, lá voltámos a nos encontrar com a simpática Maya, que nos levou ao Museu Egípcio e a vislumbrar o fabuloso Tesouro de Tut-Anck-Amon, e muitas mais obras impressionantes que são a História de uma das mais Antigas Civilizações do Globo. Fomos depois ver a Mesquita de Alabastro na cidadela
construída por Mohamed Ali na Fortaleza edificada pelo Sultão Sall-El Addin. Finalizámos o nosso último dia de uma forma gírissima visitando no Cairo a Pharaonic Village, um sítio em que somos transportados numa viagem pelo tempo, redescobrindo os modos de vida e ocupações dos Antigos Egípcios em cenários montados para aparentar serem realistas, conduzidos poir um pequeno barco num canal a fazer de Nilo. Vimos ainda também a tumba do Faraó Tut-Ank-Amon construída em tamanho real com réplicas exactas do seu conteúdo dispostas tal como descoberta em
1922. Acabámos vestidos a rigor, para a fotografia, recuando aos tempos de então como Faraó e Rainha.
Foi uma viagem óptima, na melhor companhia, um sonho realizado que jamais esquecerei em toda a minha VIDA! Tenciono se puder um dia lá voltar para ver a Alexandria de Cleópatra, o carismático Templo de Abu Simbel e a capital do Faraó herege Ackenaton, Tel El Amarna... afinal não se pode ver tudo ao mesmo tempo! O sonho continua...